Chuva fina, quase gostosa,
Chuva que alucina
Os tempos da chuva londrina
Leicester square
Covent garden
Esses milhares de micropingos
Setas conjuntas
Desinfetam as tensões
Inundam lentamente as juntas
São Paulo conversa com seu lado Pedro
Clama essa água contínua
Essa fonte que alimenta a terra
Essa linda carícia que amálgama e desterra
Broto este verso
Daqui desta chuva
Daqui desta terra
Que erra,
Que erra,
Que molda meu passo direção
À nova onda que me encerra
Nem sei ainda qual gaiola
Será minha casa
Ou se serei outra presa
Só sei que toco esta viola
Pra ver e sentir a livre chuva
Onde minha alma livre se amola