É incrível como passamos a vida assim, a avançar em tarefas
que repetimos, mas que em determinado momento, parece que estamos retrocedendo.
Esse "retrocesso" não é um resultado ruim, pois pode ser fruto de alguns
processos perceptivos.
Primeiro, daquele que bem conhecemos como expectativa
acelerada. Achamos que nossos progressos serão sempre iguais, para não dizer
sempre melhores, e nem sempre é assim.
Segundo (galho do Primeiro),
por nem sempre estarmos tão determinados, ou tão espontâneos, ou tão 'a
fim' de concluir os pontos que são parte da tarefa. E por vezes, quando não
muitos, pulamos pontos, e aí é que mora o resultado do retrocesso. Pelo menos,
um dos fatores. Somos humanos, e com tais, imperfectíveis. Ó Criador, invocá-lo muito - sempre que for possível recordá-lo.
Imagine um pêndulo. A cada vai e vêm, as forças que operam no contexto são responsáveis por avanços imperceptíveis ao controle do ego. O movimento pendular é como uma "montanha ucraniana" (para os que tem receios com a russa...), e o frio na barriga faz parte dos movimentos e das descobertas.
E retroceder é avançar, neste sentido, de ancorar nossas
repetições e realizações, por menores que sejam – se juntam – e criam obras
maiores. Não abandone sua tarefa, ela é seu espelho, seu reconhecimento, seu
foco de criação. Dela surgirão mundos e fundos que serão novos, únicos e
importantes.
Para os novos que virão.
E voarão.