11/04/94
Aqui
consinto meu torpor frente a esta máquina
devoro
uma a uma,
suas
telas, suas janelas,
e
cada vez que vejo menos
quero
outra, e mais outra
Algo
me diz: Para!
só
mais um pouco não faz mal,
só
mais um muito não faz bem
e eu
quero moribundo,
eu
quero ficar só
Só
na solidão do merecer
algum
pão murcho
que
ainda possa molhar e mastigar
no
leite
na
sopa
no
peito
n'algum
lugar
Começo
a tarefa designada
e
encontro o primeiro obstáculo
me
detenho, olho em volta e vejo muito pouco
me
submeto, paro de pensar e não desejo
a
não ser aquilo que está à minha frente
Como
saber aquilo que está disponível`?
como
merecer o espaço imediato
o
tempo defronte
a
mosca que pousa na pele
e
avisa, aqui há atenção !
me
sinto um carrasco de minha forma
sem
saber qual é o conteúdo
sem
saber qual é a minha sina
sem
saber qual meu passado
ao
saber que tudo está contido Nele